Introdução
O agricultor brasileiro, figura central na produção de soja, desempenha um papel fundamental no abastecimento alimentar mundial. Com uma produção superior a 140 milhões de toneladas na safra 2022/2023, o Brasil se consolidou como o maior exportador global de soja, um feito alcançado apesar dos desafios como solos pobres, condições climáticas adversas e crescentes demandas por sustentabilidade.
O Agricultor Brasileiro: Um Ator Global Essencial
A produção de soja no Brasil é liderada por agricultores resilientes e inovadores, que, segundo Fabricio Peres, Head global de Sustentabilidade, enfrentam críticas injustificadas que ignoram seus esforços contínuos na proteção ambiental e no atendimento à demanda global por alimentos.
Soja: Fundamento da Economia e da Sociedade Brasileira
A soja possui um peso significativo na economia do Brasil, representando cerca de 25% das exportações totais em 2022 e gerando aproximadamente US$50 bilhões em receitas. Além de fortalecer a balança comercial, a soja impulsiona o agronegócio, que corresponde a cerca de 26% do PIB nacional. A cultura da soja, predominante no Centro-Oeste, contribui para o desenvolvimento de comunidades rurais, permitindo investimentos em infraestrutura, saúde e educação.
O Código Florestal: Um Pilar da Legislação Ambiental Brasileira
O Brasil demonstra liderança em iniciativas ambientais através do Código Florestal, uma legislação rigorosa que exige a preservação de até 80% das propriedades rurais em áreas protegidas, dependendo do bioma. Embora seja uma das leis ambientais mais exigentes do mundo, sua fiscalização ainda enfrenta desafios, com uma pequena porcentagem de propriedades sendo devidamente monitoradas. No entanto, a agricultura brasileira ocupa apenas uma pequena fração do território nacional, com a soja utilizando aproximadamente metade dessa área, enquanto uma grande parte do território brasileiro permanece protegida, muitas vezes por iniciativa dos próprios agricultores.
EUDR: Rastreabilidade e os Desafios para os Pequenos Produtores
A exigência de rastreabilidade imposta pelo EUDR representa um desafio considerável, demandando um sistema robusto que garanta a origem da soja desde a produção até o consumidor final. Essa tarefa é complexa devido à grande quantidade de pequenos e médios produtores e à falta de infraestrutura adequada. Tecnologias como blockchain podem otimizar essa rastreabilidade, mas sua implementação ainda é limitada. Fabricio Peres enfatiza a importância de garantir que os pequenos agricultores não sejam prejudicados nesse processo, vendo o EUDR como uma oportunidade para o Brasil reafirmar seu compromisso com a sustentabilidade.
Próximos Passos
A adaptação às exigências do EUDR requer um esforço conjunto entre produtores, governo e indústrias, com investimentos em tecnologia e certificações. É fundamental comunicar de forma eficaz o papel do agricultor brasileiro como parte da solução para os desafios globais. Com as estratégias adequadas, o Brasil pode se tornar um exemplo mundial de produção sustentável, fortalecendo sua liderança no enfrentamento das mudanças climáticas e na proteção ambiental. O futuro da soja brasileira é promissor, marcado pela resiliência, inovação e compromisso dos seus agricultores, que, como reforçam Fabricio Peres e Renato Seraphim, são a verdadeira força do país.
